Polo de Três Cachoeiras - blog colaborativo dos alun@s do PEAD / UFRGS
quarta-feira, janeiro 03, 2007
:: Ecs 11 / Educação escolar e políticas públicas no Brasil.
Integrantes do grupo formados através da letra "c"
Edivan Machado de Oliveira Vanícia Behenck Hendler Elaine Maria Chaves Menger
Eliane Klein Vieira
Educação e Sociedade
A educação no Brasil, desde o momento em que aqui começaram as primeiras formações comunitárias sob o domínio dos colonizadores, sempre foi tratada de acordo com os interesses daqueles e para aqueles que de alguma forma tinham ou têm privilégios.Passando rapidamente por nossa história, já no século XVI, a educação aqui implantada objetivava o catequização dos índios, sendo atrelada às verdades da igreja, visando estudos teológicos, o que era totalmente o oposto daquilo que se vivia na ótica renascentista que lutava pelo ensino laico e a formação de pessoas para o mundo da industrialização.
Durante o império, a educação era elementar e para os poucos nobres. Aqueles que queriam uma formação melhor, precisavam busca-la fora do país. Nessa época, com a vinda da família real, fundaram-se algumas instituições de educação e cultura, como por exemplo a Biblioteca do Rio de Janeiro e a primeira universidade brasileira. Em 1830, criou-se a primeira escola para a formação de professores no Brasil. Era particular e poucos tinham acesso. O ensino em geral era muito técnico, podendo ser comparado à uma formação elementar e de baixa qualidade.FORMAÇÃO PARA O TRABALHO . Já na República, que "nasce" sob a égide de militar positivista, continua-se a valorizar a formação técnica para o trabalho, visando às classes trabalhadoras. Era uma formação para o trabalho mecânico e repetitivo e a educação para os filhos da nobreza latifundiária. Isso permanece até que, na década de 60, surge, mesmo que com várias falhas, a primeira LDB e também uma lei regulamentando o ensino superior no país.Inicia-se então a ditadura militar, período em que a formação integral do cidadão crítico não é valorizada, sendo até rejeitada. O objetivo maior era formar mão-de-obra para a crescente industrialização que começava a ser implantada no país e manter as pessoas alienadas.Percebe-se, por tanto, que todo o processo de regulamentação da educação brasileira foi feito de acordo com interesses da classe política e oligárquica, tendo como agravante o atraso em relação às nações mais desenvolvidas. Isso tudo fez com que o acesso e permanência na escola se tornasse um processo de elitização, de manutenção do "estatus quo", uma constante luta de classes. Assim , o processo de concentração de renda foi sendo cada vez mais agravado. Até hoje vivemos numa política de educação voltada para outros interesses, sejam econômicos e/ou religiosos e não direcionados a uma educação que liberte o ser humano.Pode- se dizer que a Constituição brasileira garante a todos os cidadãos o direito à educação. Estes direitos, porém, não são respeitados. Existe lá o direito à moradia, à educação, ao trabalho, ao lazer? Numa sociedade de mercado, numa lógica de globalização, os direitos ainda não saíram do papel.O direito de estudar está ali, mas não há condições de vida para que a pessoa possa estudar. É como o direito de ir para o exterior; cada um tem, teoricamente, esta liberdade. Mas faltam condições para estar na escola. Falta alimentação, moradia, saúde, que são as condições mínimas para aprender. Como trabalhamos em redes, pública ou privada, municipal, estadual, etc; É necessário que exista um suporte de políticas públicas. São 400 anos de escolas no Brasil. E para fazer esta transformação não adianta colocar uma roupa nova numa estrutura velha. A escola tem que fazer uma opção; É evidente que se deve partir da utopia da esperança de que é possível uma outra escola, assim como é possível um outro mundo, uma outra sociedade. Não vamos construir uma sociedade diferente se não trabalharmos na perspectiva de um mundo de idéias também diferentes e de novas possibilidades.É claro que uma transformação vai provocar conflitos. Mas a escola tem exatamente este papel de provocar confronto de idéias e aspirações para que daí surja o novo. Portanto, a escola tem que trabalhar com os conflitos, tem que "tumultuar", tem que ser um centro de debate público e permanente. Só assim ela vai encontrar o seu lugar e a sua contribuição neste processo de construção da nova sociedade. Nós todos sabemos que temos uma escola no Brasil que apresenta vários problemas: o da qualidade de ensino, o da evasão, o baixo salário do professor, a falta de recurso na sala de aula. Sabemos que a escola mudou muito ao longo dos anos. E o professor continua recebendo uma formação elitista, como se fosse para uma escola de trinta anos atrás. No entanto, hoje a escola tornou-se democratizada, e o professor não está preparado para isso. Diante disso o professor fica absolutamente sem saber o que fazer. Portanto, as políticas públicas nas faculdades de educação, precisam de uma reforma urgente.Por outro lado, a escola também é um lugar muito fechado, não aceita a opinião dos alunos nem dos pais. Ela funciona como se fosse um local onde pudesse ser resolvidas as grandes contradições do século XXI, como se pudesse resolver isso sozinha e ela não pode fazer isso.A escola hoje tem um papel diferente da que tinha a vinte, trinta anos, porque o modelo da família mudou. Antes a família era quem dava os princípios básicos da socialização. Agora, essa tarefa está sendo da escola, que além de educar e de socializar, é o lugar onde os educandos vão receber os princípios de cidadania. O professor deve ser valorizado e bem remunerado, pois trabalha de quarenta a sessenta horas semanais. A sociedade precisa perceber que todas as pessoas passam "pelas mãos de um professor" para chegar à graduação, desde o curso mais simples ao mais complexo.O país para ser democrático deve investir em educação, valorizar os profissionais para tornar um ambiente agradável, pois dessa forma terá um ensino de qualidade. A educação brasileira precisa melhorar e muito para que avance em prol de uma verdadeira cidadania.A escola pública está enfrentando situações alarmantes. Falta de recursos como materiais didáticos, inclusive recursos humanos: professores e funcionários. Existe uma desigualdade muito grande no sistema educacional brasileiro e isso torna a escola uma reprodutora das desigualdades sociais. Isso é evidente quando comparamos a escola pública dos estados da região sul com os estados da região norte, por exemplo, em que a precariedade das escolas nordestinas está muito aquém do básico necessário a uma boa aprendizagem. A infra-estrutura é péssima, sem contar os baixos salários pagos aos professores. Apesar de sabermos que há alguns anos era pior, hoje já conquistamos muitas coisas. Portanto, deu para ver que este é um assunto bastante polêmico, que vem sendo um problema cada vez maior, e quase sem saída.É de interesse dos políticos que a população seja analfabeta ou com baixa escolaridade, que não desenvolva a arte de pensar, para que possa ser manipulado com mais facilidade.A educação faz parte da política só na época de campanha, nos discursos, porque na prática ela vem em último lugar, sendo vista como gastos, despesas, e não como um investimento, por parte dos poderes públicos.
Depende da política educativa desenvolvida no plano Municipal, Estadual e Federal, para que se tenha uma boa ou má Educação nas redes públicas.Enquanto este plano para uma boa educação não acontece, nós continuamos a mercê dos poderes públicos, já que não sabemos fazer uso da única arma que temos (voto).É lamentavel que este seje o quadro apresentado no Brasil, uma educação com tantas diferenças, com tantas desigualdasdes, com tantas exclusões, e o que nos resta é o descaso, onde é preferível gastar com a manutenção de menor na FEBEM do que investir na prevenção.
[Edivan Machado de Oliveira] [3:43 PM] [
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