sábado, dezembro 09, 2006

:: ECS-9 Grupo Alternativo-Arroio do Sal


ECS 9 letra H ( Grupo Alternativo _ Arroio do Sal)
Componentes:Mara Braum
Márcia Guerreiro
Maria do Carmo Dewes
Stela Maris Dias

TEXTO FINAL

TEXTOS SOBRE EDUCAÇÃO E ENSINO.
Marx e Engels. Páginas 79 a 99.Letra H


Marx e Engels nunca escreveram algo dedicado à educação e ao ensino.Isso não quer dizer que suas opiniões sejam desprezadas do ponto de vista teórico. Suas afirmações não perdem de vista a generalidade, tanto do seu pensamento quanto da circunstância histórica.Suas afirmações sobre educação e ensino servirão para eventual debate sobre um sistema de ensino distinto, capaz de vislumbrar um horizonte onde as relações de dominação tenham desaparecido.
Estabelecido o capitalismo no séc XIX como modo de produção, a educação e o ensino passam para primeiro plano. No capitalismo, deixando de atender as necessidades sociais e educacionais, se faz necessário que os pensadores se unam para chamar a atenção do mundo para este ponto. Marx e Engels atacam duramente o capitalismo, pois nesse modo de produção, o sistema de ensino é entendido como uma qualificação da força de trabalho, possibilitando assim o ajuste e a integração dos indivíduos ao sistema, aproveitando com isso, sua força de trabalho, ou seja, reproduzindo o sistema dominante, criando e consolidando a alienação do indivíduo como um fato natural.
Está claro que a relação entre a divisão do trabalho e a educação é uma articulação profunda que explica com clareza os processos educativos e manifesta os pontos em que se faz necessário uma transformação , permitindo assim, a emancipação social e humana.Marx e Engels demonstram conhecimento do que estão denunciando, propondo uma série de transformações a curto, médio e longo prazos.
O desenvolvimento da revolução industrial e o triunfo do liberalismo transformou o aparato escolar. A educação dominante não foi mais suficiente a partir daí. O ensino passou a depender do Estado, pois era uma necessidade social do cidadão de fato. Porém, só foi obtido pela pressão do movimento operário que reivindicava uma igualdade efetiva de todos e muito lentamente.As opiniões de Marx e Engels não constituem um sistema pedagógico, mas estabelecem um marco e abrem vias para a construção desse sistema.

O Ensino e a Educação da classe trabalhadora
O texto refere-se a cartas enviadas e critica as escolas européias.
A oferta que o Estado fazia de educação aos trabalhadores era de uma educação prática. Educando-os para o trabalho em substituição do trabalho escolar, querendo com isso neutralizar as idéias religiosas que moviam a Inglaterra à época.
Criticavam o ensino moral das escolas, que era mesclado com a religião, sendo essa educação moral tão ineficaz quanto à religião. E as escolas, em nada ou quase nada, contribuíam para a moralidade da classe trabalhadora.
O Estado inglês defendia a educação profissional universal, pois a formação intelectual influenciaria diretamente os salários!
Concluíam, assim, que a burguesia não tinha os meios nem a vontade política de oferecer ao povo trabalhador uma educação verdadeira: a educação técnica era só uma aparência e a escola profissionalizante era somente um centro de reeducação.
Com isso, podiam privar os pobres do acesso ao ensino superior, criando assim atritos com a classe estudantil que se organizou e protestaram energicamente, em assembléias e nas ruas.
Essas manifestações culminaram com universidades fechadas, estudantes presos e/ou exilados, criação de sociedades secretas e organização de círculos administrativos oportunizando as discussões políticas e sociais.
Essas idéias socialistas penetraram na Rússia, onde a juventude escolar sonhava com sua aplicação prática e imediata.
Na Inglaterra, os operários das minas de carvão reivindicavam a criação de uma lei que obrigasse o ensino para as crianças já que a maioria das crianças e dos trabalhadores adultos nas minas não sabia ler nem escrever.
Na França, a burguesia declarava inviolável o velho e odioso sistema tributário através da lei do imposto do vinho e procurava através da lei do ensino assegurar as massas o velho estado de espírito conformista.
Declara o Sr. Dühring: A Escola Primária obrigatória oferecerá tudo o que em si mesmo e por princípio seja suscetível de ter algum atrativo para o homem, sobretudo os fundamentos e os resultados principais de todas as ciências que digam respeito as concepções do mundo e da vida.Somente quando o comércio entre os povos abranger o movimento das massas populares é que se tornará necessário colocar as línguas estrangeiras vivas ao alcance de todos, de uma maneira fácil, conforme as necessidades, para que os homens de todos os povos possam se entender entre si e informarem-se do que se passa fora de suas fronteiras.Teremos que nos convencer que o sistema de fabrico tem como primeiro objetivo fazer germinar a educação que interligará o trabalho produtivo com a instrução e a ginástica, não só como forma de aumentar a produção social, mas também com o único e exclusivo processo de formar homens completos.?
Segundo Marx e Engels, a ciência deverá ser, não só acessível para todos como também ser livre de pressão governamental, forças ideológicas e prejuízos de classe e assim, os cientistas serão agentes livres de espírito. Os homens serão completos, desenvolvidos em todos os sentidos e não conhecerão apenas uma linha que é parte da produção total. Desta forma, a sociedade organizada segundo o modo comunista, dará a seus membros, oportunidade para desenvolverem tanto os seus sentidos como suas aptidões, desaparecerá então toda a diferença de classe.


Questões formuladas relacionando o texto lido com a realidade de nossas escolas.

1) Até que ponto nossas escolas têm a preocupação de formar homens completos?

2) Estamos oferecendo aos nossos alunos uma escola que tenha por princípio algum atrativo, desenvolvendo os fundamentos de todas as ciências que digam respeito às concepções do mundo e da vida?

3) Através de nossa prática estamos assegurando aos nossos alunos o velho estado de espírito conformista ou o espírito crítico, questionador, que faz relações e constrói o seu próprio entendimento?

4) Porque nós, prifisionais da educação, em todo o nosso país, não conseguimos fazer acontecer essa educação progressista idealizada e pensada por Marx, emancipadora, mais justa e democrática, conforme Paulo Freire, que permita um hoje melhor para nosso aluno?


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